sábado, 13 de dezembro de 2014

Resenha | Extraordinário - R. J. Palácio


“Toda pessoa deveria ser aplaudida de pé pelo menos uma vez na vida...”
(August Pullman, protagonista de “wonder”)

Escrito em primeira pessoa e num ritmo narrativo bastante envolvente, Extraordinário, traz de forma bastante descontraída, sem deixar de ser séria, a temática da aceitação como diferente e da transição da fase infantil à adolescente ou adulta.

A narrativa se dá em North River Heights, Manhattan, onde mora o protagonista de dez anos de idade August Pullman, juntamente com seus pais Isabel e Nate, e sua irmã mais velha Via. August que dá início à narrativa, nasceu com uma síndrome genética que gerou uma deformidade facial extremamente grave, o que fazia com que Auggie vivesse às margens do mundo que não sabia lidar com ele. 

Então, seus pais – que eram extremamente protetores – , decidiram que estava na hora de Auggie dar um passo além e começar a frequentar a escola, o que não foi bem recebido pelo garoto. Enfim, August resolve embarcar nessa aventura escolar que promete muitas surpresas e muito mais desafios.

O leitor acompanha toda a odisseia do protagonista através de sua própria ótica. O fluxo de consciência do personagem, que, apesar de não ser necessariamente comp
lexo, é bastante interessante, o que faz com que crie-se uma simpatia e amor pelo Auggie, que é esse garoto externamente diferente, mas extraordinariamente envolvente.

Um fator curioso sobre a perspectiva narrativa é que, quando chega-se ao final de algumas das partes do livro, muda-se o personagem que narra a estória, então é possível acompanhar as experiências de cada um dos personagens, fazendo também, com que o leitor tenha uma certa onisciência narrativa.


Divertido, polêmico, atual, Extraordinário soluciona de maneira leve e bastante competente, este caso de rejeição por diferença que ainda, claro que infelizmente, é tão recorrente na atual conjuntura social.  

Um comentário:

  1. Um dos livros mais envolventes e gostosos que já li.
    Minha identificação com o Auggie foi imediata e a narrativa em capítulos curtos deixou a leitura tão fluída que li num tapa. E levei vários "tapas" de consciência.
    Parabéns pela resenha! `^^´

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