Sim, resolvi começar o blog. Nada
seria mais pertinente ao primeiro texto do que falar sobre a criação. Este
projeto, que começou a ser gerado agora, já era idealizado há dois ou três
anos, antes de que eu começasse a estudar literatura ou que ela se tornasse, de
certa maneira, meu objeto de trabalho e estudo. O fato é que existem ad infinitum possibilidades e perspectivas
sobre o que é literatura e qual sua função dentro das esferas sociais e mesmo ao
indivíduo subjetivado. De Horácio aos
Pós-modernos os assuntos e abordagens são inesgotáveis – e que bom que o são. Então
a pergunta que essencialmente me cabe a responder a você leitor (por que a mim já
foi respondida): De que vale alguém mais falar de sua perspectiva?
Indaguei-me por muito tempo. Não
sei se tempo demais. Perceba, não estou, de alguma maneira, tentando justificar
minha paixonite literária, ou dar algum tipo de satisfação, mesmo que assim o
faça. Talvez eu só esteja escrevendo o que foi necessário ser respondido a mim
enquanto abstraía-me na busca de uma justificativa que satisfizesse o desejo de
escrever e falar na internet sobre literatura. Vou me valer (para você, assim
como o fiz para mim) de uma citação de um teórico literário que tenho como
referência, Octávio Paz: “Escrevemos para
ser o que somos ou para ser aquilo que não somos. Em um ou em outro caso, nos
buscamos a nós mesmos. E se temos a sorte de encontrar-nos – sinal de criação –
descobriremos que somos desconhecidos.” O fato é que, na minha
subjetividade, eu me encontro, sou aquilo que sou. Tenho minhas perspectivas, minhas
experiências, minha leitura de preferência e por aí caminham as peculiaridades
do Ser. Então, por que não aceitar o fato de que alguém se encontre nessa –
minha – escrita. Não quero ser pretencioso ao ponto de tentar seduzir ou
convencer aqueles que não são a serem ou lerem o que sou ou escrevo. Quero, de
fato, que aqueles que são encontrem-se e descubram-se nessa criação.
“A grande literatura é
apenas uma linguagem carregada de sentido até ao mais elevado grau possível.” –
Ezra Pound
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