"'Gostaria de saber', disse para si mesmo, 'o que se passa dentro de um livro quando ele está fechado."
- Bastian Baltasar Bux
A história sem fim (Die Unendliche Geschichte), do escritor Alemão Michael Ende, nos conduz a uma experiência literária, no mínimo, interessante. O romance apresenta Bastian Baltasar Bux, um garotinho com dificuldades de relacionamento, baixinho, gordinho e com notas baixas na escola. A típica criança reclusa e retraída. Com sua mãe já morta e seu pai, que é dentista, completamente alheio a seus problemas, Bastian procura refúgio na literatura. O que leva à cena de apresentação.
A história sem fim (Die Unendliche Geschichte), do escritor Alemão Michael Ende, nos conduz a uma experiência literária, no mínimo, interessante. O romance apresenta Bastian Baltasar Bux, um garotinho com dificuldades de relacionamento, baixinho, gordinho e com notas baixas na escola. A típica criança reclusa e retraída. Com sua mãe já morta e seu pai, que é dentista, completamente alheio a seus problemas, Bastian procura refúgio na literatura. O que leva à cena de apresentação.
Bastian entra na loja de um alfarrabista, e sente-se extremamente atraído pelo livro que o homem tem em mãos, então, num momento de descuido do homem, Baltasar não resiste, rouba o livro, corre e se esconde no sótão de sua escola, local do qual ele decide que não sairia antes que terminasse de lê-lo. Este livro misterioso chamava-se A história Sem fim. A partir de então, passamos a acompanhar a leitura que o menino faz do livro. A estória dentro da estória (sim, sou adepto ao neologismo roseano).
A História Sem Fim relata um vasto reino chamado Fantasia,
lugar de criaturas extraordinárias como os fogos-fátuos, os come-rochas, os
gnomos-noturnos e os minúsculos, cada qual com características físicas e
comportamentais bastantes diferentes umas das outras. Todos eles governados por
uma só pessoa: A Imperatriz Criança.
Descobre-se então que o reino está correndo grave perigo,
pois, o Nada (sim, o nada), está consumindo todas as cidades e vilarejos de
fantasia, algo que reflete diretamente na saúde da Imperatriz. Só há uma
criatura capaz de partir em busca da Salvação de Fantasia. Chama-se Atreiú.
Atreú é um pele-verde. Os peles-verdes têm os cabelos cumpridos e trançados, de uma cor negro-azulada com tom de pele verde-escuro. Eles são educados na coragem e no orgulho, e, são exímios caçadores. Sua caça são os búfalos gigantes.
Michael Ende tem um domínio narrativo excepcional, e apesar
de inserir muitos personagens em fantasia, sempre amarra todas as pontas. Ele
caminha entre a narrativa de fantasia e a narrativa da realidade (foco em
Bantian) com tranquilidade e competência, dando bastante fluidez ao texto.
É possível dividir o livro em duas partes, a primeira com
características mais fantásticas, muita descrição e apresentação de
personagens. A segunda conduz o leitor por questionamentos filosóficos e
cosmológicos através de máximas existenciais, e, inclusive sociológicas,
abordando um topos literário que o da
necessidade de intervenção da literatura, e, mais especificamente da fantasia, na
realidade. Tudo isso, como dito antes, muito bem amarrado e colocado, típicos
das escolas filosófica e fantástica alemã.
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